Saúde

Coronavírus: diabetes é uma das doenças que mais aumenta o risco de morte entre os infectados

A pesquisa foi realizada a partir dos dados da pandemia no Espírito Santo, disponibilizados no Painel Covid-19

Foto: Divulgação/ Sesa

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) concluiu que diabetes e problemas nos rins são as comorbidades que mais aumentam o risco de morte entre os infectados pelo novo coronavírus com idades entre 30 a 49 anos. A pesquisa foi realizada a partir dos dados da pandemia no Espírito Santo, disponibilizados no Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Os pesquisadores compararam o quadro dos infectados com 30 a 39 anos sem problemas de saúde anteriores à covid-19 com o quadro daqueles que têm comorbidades. O mesmo foi feito com os infectados com 40 até 49 anos.

"O que a gente identificou é que, para a faixa etária de 30 a 39, as pessoas sem comorbidade têm risco de morte de 0,52%. E, para essa faixa etária, a comorbidade diabética foi a que mais impactou: o risco de morte sai de 0,52% e vai para 5,84%. Para a faixa etária de 40 a 49, a gente identificou que as comorbidades que impactaram foram renal, tabagismo e diabetes — nessa ordem, sendo renal a mais importante. Entre pessoas com a comorbidade renal, o risco de morte passou de 1,29% para 9,40%", destacou o coordenador do Laboratório de Análise de Dados do Ifes, Adonai Lacruz.

O médico infectologista Crispim Cerutti explica que o diabetes e o comprometimento dos rins acabam atrapalhando a circulação do sangue no organismo humano. Por isso, podem levar os pacientes a quadros mais graves de covid-19 e elevar o risco de morte.

"O efeito real do diabetes no organismo é a lesão dos vasos sanguíneos. Não existe uma vulnerabilidade dos órgãos e sistemas do corpo por conta desse baixo fluxo de sangue. No caso dos rins, o processo é semelhante. Os rins não depuram adequadamente as substâncias tóxicas do indivíduo. Isso vai favorecendo uma lesão progressiva da parede dos vasos sanguíneos", frisou.

O intuito dos pesquisadores da Ufes e do Ifes é ajudar o poder público a descobrir quem são os pacientes mais vulneráveis ao novo coronavírus. Dessa forma, eles pretendem contribuir para uma distribuição mais eficiente das vacinas, quando e se elas forem aprovadas.

"Se a gente conseguir evidências de que algumas comorbidades não trazem impactos para determinadas faixas etárias, então talvez pessoas nessa faixa etária, com uma comorbidade que não traz impacto, não façam parte desse grupo prioritário para ser vacinado inicialmente", ressaltou Lacruz.

*Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV

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