Saúde

A atividade física e o paciente oncológico

70% dos pacientes com câncer apresentam a chamada fadiga oncológica, que pode ser definido com um cansaço físico e mental intenso

Fisioterapia durante o tratamento de pacientes oncológicos, no Hospital Evangélico- Foto: Heice 

Ninguém recebe bem um diagnóstico de câncer. Tomar conhecimento de que foi acometido por essa doença, para algumas pessoas, é sinônimo de inércia. “A dificuldade de sair do sedentarismo em um momento tão complicado, é desafiador, porém, resistir aos solavancos do tratamento, é primordial para finalizá-lo", explica a fisioterapeuta, Renata Dias.

Segundo Renata, cerca de 70% dos pacientes com câncer apresentam a chamada fadiga oncológica, que pode ser definido com um cansaço físico e mental intenso, que não melhora com o repouso. Essa condição leva à limitação das atividades rotineiras do paciente, mas isso gera uma perda de massa muscular podendo até levar a perda de função motora. “Em casos assim, a fisioterapia pode atuar na orientação dos exercícios a serem realizados proporcionando flexibilidade, coordenação e aumento de força dos músculos”, comenta Renata.

A partir do momento que é liberado pelo médico oncologista para a prática das atividades físicas, o paciente deve ficar atento ao programa de exercícios elaborado para ele uma vez que devem conter movimentos seguros, eficazes e agradáveis para quem está praticando. Mas sempre respeitando os limites de cada indivíduo e a condição da doença e o tipo de tratamento acondicionado.

Os benefícios da prática regular de exercícios durante o tratamento oncológico são inúmeros, tais como melhora da capacidade física e do equilíbrio, diminui o risco de doenças cardíacas, evita a atrofia muscular e a fadiga. “Tudo isso, além melhorar a autoestima do paciente, reduzindo o risco de desenvolver depressão, o que é muito bom para sua qualidade de vida”, comenta a fisioterapeuta.

O grande segredo do sucesso nessa prática é manter um programa simples e divertido. Assim a adesão será plena e satisfatória. No mais as dicas são as mesmas para todas as pessoas: disciplina, objetivo e perseverança. “O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas quando os resultados começam a surgir, muitas pessoas começam a ter mais disposição para a realização de suas atividades diárias", disse Renata. 

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A atividade física libera neurotransmissores que trazem prazer e bem-estar, além disso a degeneração muscular, muito comum nesses pacientes, também é contida. Estudos demonstram que pacientes que passaram a caminhar pelo menos 30 minutos, em média, 5 (cinco) vezes na semana, ou exercício equivalente, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença, ficando evidente, que a atividade física, desempenha um papel de grande magnitude para os mesmos.

Para um bom rendimento nessas atividades, a fisioterapeuta Renata Dias orienta: “é importante verificar como se sente após uma sessão do tratamento e se exercitar nos dias em que os sintomas forem mais amenos", finalizou Renata. Concentrar-se nos benefícios da atividade contra o tumor, respeitando sempre as limitações impostas pelo médico são dicas valiosas. E, claro, é muito importante realizar um programa de treinos com profissionais experientes em oncologia.

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