Saúde

Unidade móvel de saúde combate a hanseníase em Cariacica; veja como ser atendido!

Carreta equipada contendo cinco consultórios e um posto de coleta de exames, presta atendimento a partir da terça-feira (12) no município

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Uma Unidade de Saúde Itinerante estaciona nesta semana em frente a Prefeitura de Cariacica. A ação faz parte do projeto ‘Roda Hans’, que visa capacitar em serviço a rede de atenção básica sobre a Hanseníase, com foco no diagnóstico precoce, tratamento e prevenção.

A unidade móvel vai funcionar nos dias 12 e 13 de novembro. Na terça-feira (12) o atendimento será de 8h às 17h, enquanto na quarta (13), entre 8h e 14h. No local, o cidadão poderá realizar exames dermatoneurológicos e baciloscopias, visando o diagnóstico da doença.

O ‘Roda-Hans’ possui 5 consultórios, com médicos e enfermeiros capacitados, sendo quatro para exames clínicos e um para avaliação de incapacidades, além de 1 laboratório que contará com uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) para realizar exames de bacisloscopia de linfa.

>> Cronograma Carreta da Saúde – Hanseníase

O que é Hanseníase?

Conhecida comumente como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas com perda ou alteração de sensibilidade em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A transmissão ocorre por meio das vias respiratória (tosse, espirro, fala e respiração).

Após o diagnóstico que está disponível nas unidades básicas de saúde, os pacientes recebem o tratamento completo baseado em poliquimioterapia (PQT), ou seja, associação de vários medicamentos, conforme forma clínica. O tratamento da hanseníase interrompe a transmissão e previne deformidades.

Dados

O Espírito Santo registrou, em 2018, 1,46 casos por 10.000 habitantes (aproximadamente 572 doentes em tratamento e com 5% de abandono). Em 1993, o Estado documentou 24,46 casos por 10.000 habitantes (cerca de 6.540 doentes, com percentual de abandono do tratamento em 59%).

Em relação à detecção de novos casos, também houve queda nos números durante o mesmo período, passando de 3,21 casos para 1,19 casos a cada 100 mil habitantes. Só no ano de 2018, foram registrados 467 novos casos da doença no estado.

A diminuição dos casos no Espírito Santo é, de acordo com a coordenadora do Programa de Hanseníase da Sesa, Marizete Puppin, consequência do trabalho desenvolvido pelo Estado. “São quase três décadas de trabalho intensivo. Temos um serviço contínuo nos municípios e o Estado segue no fluxo contrário de outros no País, que tem aumentado o diagnóstico. O Espírito Santo tem um dos melhores índices de cura, mas ainda assim precisamos de ações como esta da carreta para ampliar nossas ações de alerta”, explicou.

Mesmo com a diminuição no número de casos, a doença é considerada pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública. “É uma doença que persiste e os números são muito altos em comparação ao que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), que é menos de 1 caso por 10 mil habitantes. Por ser uma doença crônica, precisamos estar em permanente vigilância. No Brasil se fala em eliminação da doença, que significa trazer os números para os parâmetros e índices de menos 1 caso para 10 mil habitantes para todos os estados”, esclarece.

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