Saúde

Estudos revelam novas perspectivas para pessoas que vivem com doença no sangue

Diferentes opções de tratamentos foram apresentadas no ASH Annual Meeting e Exposition, um dos eventos mais importantes de hematologia do mundo

Foto: Divulgação

A doença falciforme é uma das enfermidades hereditárias mais prevalentes no Brasil e é causada por alterações na hemoglobina, proteína que dá a cor vermelha ao sangue e cuja função é transportar oxigênio para o corpo. 

Três estudos referentes ao tema foram apresentados durante um Congresso, que ocorreu em Orlando, com a participação de um grupo de especialistas da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo .

O primeiro estudo , realizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, revela como uma nova proteína conhecida como IX (NFIX) poderia corrigir anormalidades nos glóbulos vermelhos. Nas pessoas que vivem com a doença falciforme, os glóbulos vermelhos, conhecidos como eritroblastos, produzem hemoglobina defeituosa e se tornam deformados. A pesquisa aponta que o NFIX pode ser alvo de um medicamento que ajuda o corpo a produzir glóbulos vermelhos saudáveis.

O segundo estudo , realizado na Nigéria, traz evidências de que os suplementos orais de arginina podem aliviar a dor durante episódios relacionados à doença falciforme de dor intensa, conhecidos como crises vaso-oclusivas. A arginina é um aminoácido produzido no corpo humano, que pode ajudar na melhora da cicatrização e do desempenho muscular, além de estimular o sistema imunológico. 

Nesse estudo, as crianças tratadas com arginina relataram níveis baixos de dor, necessitaram de menos analgésicos e receberam alta hospitalar mais cedo do que aquelas que as que receberam placebo. A Nigéria apresenta uma das maiores populações de pessoas atingidas por doenças falciformes.

Já o terceiro estudo, realizado na Califórnia (EUA), mostra que há uma fragmentação dos cuidados das pessoas com a enfermidade durante a transição da adolescência para o início da idade adulta. Quando se tornam adultas elas começam a procurar centros médicos diferentes, o que pode ser muito prejudicial ao tratamento. A ideia é que a partir dessa pesquisa seja possível identificar os impactos causados pelas trocas e criar atendimentos mais consistentes durante a transição para a idade adulta.

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