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Falha em medição de oxigênio é a principal suspeita de mortes em Portocel

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, José Adilson Pereira, havia apenas 5% de oxigênio no local quando ocorreu o acidente

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória
Acidente ocorreu no navio Sepetiba Bay

Uma falha na medição de oxigênio no porão do navio Sepetiba Bay é a principal suspeita da morte de três trabalhadores portuários no último dia 24 de julho em Barra do Riacho, Aracruz, no norte do Estado. A informação é do Sindicato dos Estivadores e foi divulgada nesta terça-feira (21).

De acordo com o presidente do sindicato, José Adilson Pereira, havia apenas 5% de oxigênio no local quando ocorreu vazamento de um suposto gás tóxico. Segundo ele, o porão deveria ter, em condições normais pelo menos 21% de oxigênio.

"Tudo isso nós analisamos com a Fundacentro, do Ministério do Trabalho. O fato é que faltou exaustão e medição correta do ar. Não teve um mapeamento de risco. A discussão agora é sobre quem errou: se foi o armador ou a empresa. As polícias Federal e Civil e a Capitania dos Portos estão investigando isso", disse Pereira.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Portocel, porto onde o navio estava atracado, para posicionamento acerca da suspeita do sindicato. Segundo a assessoria, a demanda não diz respeito ao porto, mas sim à empresa responsável pelo navio.

O Folha Vitória tentou contato com a Companhia de Navegação Norsul, empresa que fretava o Sepetiba Bay através dos contatos disponibilizados online, contudo, não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O acidente

De acordo com o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores Avulsos e Com Vínculo Empregatício em Estiva nos Portos do Estado do Espírito Santo (SETEMEES), o acidente teve início quando um dos trabalhadores desceu ao porão do navio para pegar equipamentos e desmaiou. Em seguida, outros três trabalhadores portuários foram ajudar, mas também desmaiaram.

O chefe de segurança do Ministério do Trabalho explicou que o gás que teria matado as vítimas é utilizado na impermeabilização de madeira e estava concentrado dentro do porão.

Mortes

Quatro trabalhadores se envolveram no acidente, três deles morreram. Os quatro portuários foram encontrados desacordados no porão desse navio. Um deles, o estivador Vitor Souza Olmo, foi socorrido e passa bem. Os outros três trabalhadores foram resgatados pelos bombeiros e brigadistas e levados para o Hospital São Camilo, em Aracruz. No entanto, eles não resistiram.

As vítimas que morreram são: Adenilson Carvalho, de 47 anos, que era suplente da diretoria executiva do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), o arrumador Clóvis Lira da Silva, de 52 anos, e o estivador Luiz Carlos Milagres, de 64 anos.

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